Revelou-se poeta, utilizando a forma lírica, popular e simples de trova, então muito difundida. Algumas de suas produções ficaram guardadas em seus arquivos. Outras, improvisadas, foram recolhidas por contemporâneos seus. Eis algumas das muitas que seu coração apaixonado dedicou à sua adorada Ana, Lília na sua poesia.
MOTE
Entre as sombras do futuro
Já sinto a dor de perder-te
GLOSA
É por entre o fado escuro
Que a minha paixão se lança...
E vou perdendo a esperança
Entre as sombras do futuro.
Constância, ó Lília, eu te juro:
Mas fora melhor não ver-te,
Quisera não conhecer-te,
Por ti não sentir paixão,
Porque no meu coração
Já sinto a dor de perder-te!
QUADRINHAS
Só vivo quando te vejo,
Dia e noite penso em ti,
Se nasceste para amar-me,
Eu para te amar nasci.
Ausentes dos teus encantos,
Sem teus lindos olhos ver
Tudo me causa desgosto
Nada me causa prazer.
O tempo curar não pode
A chagas que amor abriu;
Separar só pode a morte
Corações que amor uniu.
Pavorosas, negras sombras
Escondem o meu penar;
Em silenciosa dor me oprime,
Meu alívio é suspirar.
Os prazeres mais puros da vida,
Que gozamos com ânsia e fervor,
Degeneram no mal que mais tarde
Nos arroja no abismo da dor.
MOTE
Acordei... Raiava a aurora
Dei mil suspiros por ti.
Entre as sombras do futuro
Já sinto a dor de perder-te
GLOSA
É por entre o fado escuro
Que a minha paixão se lança...
E vou perdendo a esperança
Entre as sombras do futuro.
Constância, ó Lília, eu te juro:
Mas fora melhor não ver-te,
Quisera não conhecer-te,
Por ti não sentir paixão,
Porque no meu coração
Já sinto a dor de perder-te!
QUADRINHAS
Só vivo quando te vejo,
Dia e noite penso em ti,
Se nasceste para amar-me,
Eu para te amar nasci.
Ausentes dos teus encantos,
Sem teus lindos olhos ver
Tudo me causa desgosto
Nada me causa prazer.
O tempo curar não pode
A chagas que amor abriu;
Separar só pode a morte
Corações que amor uniu.
Pavorosas, negras sombras
Escondem o meu penar;
Em silenciosa dor me oprime,
Meu alívio é suspirar.
Os prazeres mais puros da vida,
Que gozamos com ânsia e fervor,
Degeneram no mal que mais tarde
Nos arroja no abismo da dor.
MOTE
Acordei... Raiava a aurora
Dei mil suspiros por ti.
Despedidas do jovem Tenente Osorio de sua amada Ana, ao ser designado para um destacamento na fronteira na região da campanha:
Contra a vontade te deixo
Porque o fado quer assim,
Vou suportar no desterro
Delírio ardente sem fim!
O lamento ao ficar sabendo dos preparativos para as núpcias de sua amada Ana:
Que vale o meu amor ser delirante
Entre a chama fatal que me devora
Não me conto ditoso uma só hora
O prêmio não te dão de ser constante.
Ao chegar tarde demais para fugir com sua amada. Quando chegou a Rio Pardo ficou sabendo que o casamento já havia sido consumado e registra a sua mágoa:
Já soa o clarim de marte!
Vou deixar-te, minha amada!
Suspirando corro às armas.
Adeus, mulher adorada.
Baixando à campa,
Frio jazigo,
A tua imagem
Irá comigo.
Deixou muitas outras provas de sua veia poética:
Meu destino é imutável
Minha desgraça é constante,
Eu choro todos os dias,
Eu suspiro cada instante.
Acerba dor atormenta
Meu coração delirante,
Já pelo termo da vida
Eu suspiro a cada instante.
Esses risonhos prazeres
De outr’ora feliz amante
De todo me abandonaram
Eu suspiro a cada instante.
Postado por Ana Júlia
Fonte:
Livro: Caderno de História - Memorial do Rio Grande do Sul - Manoel Luís Osorio
3 comentários:
Achei muito interessante vocês pesquisarem o lado poeta do Mal, pois sou professora de LPL e adoro este tema, parabéns!
Achei muito interessante o trabalho . Precisamos resgastar um pouco mais da nossa história. Parabéns.
Muito interessante, o conteúdo deste blog, na verdade faz um resgate poético, além de estar informando sobre a poesia e os poetas. Penso que ler poesia, é ter a alma serena, e reinventar novas formas através da palavra de se expressar. Gostei, vou recomendá-lo a meus alunos.
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