sábado, 30 de agosto de 2008

Conclusão

É com grande alegria que o grupo 1 da turma 102 conclui o trabalho interdisciplinar. Antes das buscas para realizá-lo, Marechal Osorio, para nós, era apenas o Patrono da Cavalaria. Após as leituras, entrevistas e pesquisas, ele passou a significar muito mais do que isso.
A figura de Osorio na historia nacional e o papel que ele representou parecem não ser muito estudados. Sua vida e sua personalidade são um manancial imenso ainda inexplorado. Notamos, na nossa pesquisa, que muitas pessoas o conhecem apenas por nome ou sabem que ele é o Patrono da Cavalaria, porém não sabem a grande importância dele, os seus feitos e sua vida. Marechal Osorio é desconhecido entre os jovens.
Algumas pessoas buscam informações sobre a vida desse herói. O grupo 1 teve a alegria e o prazer de entrevistar o Cel Estigarribia, autor de uma magnífica obra sobre Osorio. Por intermédio dele, podemos conhecer mais sobre o cavalariano que entrou para a história.
Mergulhamos com vontade nesse assunto tão pouco falado entre as pessoas fora do Exército.
Aprendemos com esse trabalho não apenas a sua vida e quem ele era, mas também a trabalhar em grupo e com a internet, e, principalmente, descobrimos como interpretar as façanhas de Osorio, que para nós se tornou um ídolo.
Após encerrarmos nosso trabalho, a nossa visão do Marechal Osorio não é mais apenas do Patrono da Cavalaria, mas sim de um amigo da Pátria, de um gaúcho inteligente, corajoso, que defendia seus ideais e que lutou a vida toda.
Osorio era poeta e é na poesia que encontramos o segredo de sua vida, a imensidade de sua força e de sua coragem.

Nada que vejo quero
“Mostrou-me a fortuna abertas”
As portas dos seus tesouros;
Mostrou-me palmas e louros;
Fez-me mil milhões de ofertas:
- “Fortuna, tu não acertas!
(Lhe respondo em tom severo)-
Os dons que do céu espero
Tu não me podes dar;
Nada do que vejo quero.”

Queremos agradecer aos nossos orientadores Cel Sant’Anna e Professora Suzana, bem como à ajuda inestimável dos colaboradores Cap Orlando, Ten Josué, Ten Marcia Londero,Ten Bassan, Maikon Lando, Cel Contiere, Cmt do CMPA, e Cel Estigarribia. Obrigada pela paciência, pela sinceridade, pela ajuda e atenção. Queremos agradecer e parabenizar à DEPA, autora do assunto escolhido para o Trabalho Interdisciplinar do primeiro ano do ensino médio.
Um pouco mais da vida desse cavalariano

VOCÊ CONHECE O MARECHAL OSORIO?

O grupo 1 foi as ruas de Porto Alegre para realizar a seguinte enquete: Você sabe quem foi Marechal Osorio?

Fizemos a pergunta para 20 pessoas e distribuimos um folder sobre Osorio feito pelo próprio grupo. Vejam o video a seguir:



Confiram os resultados:
50% sabiam quem era Osorio
Outros 50% nunca tinham ouvido falar desse ilustre herói
Carga de Cavalaria - Comemoração Bicentenário Marechal Osorio

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Armas de Fogo


[img]


Nomenclatura: Pistola
Origem: Desconhecida
Ano: A partir de 1850
Calibre: 18 mm
Comprimento: 34,5 cm
Obs.: Pistola utilizada pela cavalaria.




















Nomenclatura: Tower mod. 1822 a
Origem: Inglaterra
Ano: A partir de 1822
Calibre: 18 mm
Comprimento: 39,5 cm
Obs.: Oxidado.





Nomenclatura: Tower mod. 1822
Origem: Inglaterra
Ano: A partir de 1822
Calibre: 18 mm
Comprimento: 37,5 cm
Obs.: Utilizada pela cavalaria, fabricada no Brasil a partir de 1822 sob licença.






Nomenclatura: Clavina Evans
Origem: U.S.A.
Ano: 1868
Calibre: 11 mm (.44 Evans)
Comprimento: 98 cm
Obs.: Na época, era a arma com maior depósito de cartuchos (26) nos Estados Unidos.





Nomenclatura: Carabina Geweher de Cavalaria
Origem: Alemanha
Ano: mod. 1888
Calibre: 7,9 mm Mauser
Comprimento: 94 cm
Obs.: É uma modificação do fuzil Mauser mod. 1871 com o carregador modificado do fuzil Mannlicher.

Postado por Douglas Munhoz


Fonte: Pesquisa no Parque Osorio realizada no dia 23/08
Armas Brancas








Nomenclatura: Espadim
Origem: Portugal
Ano: Período Colonial
Comprimento: 38 cm
Obs.: Usado pelo Vereador ou Cap. Mor.








Nomenclatura: Espada de oficial General
Origem: Portugal
Ano: 1831
Comprimento: 92 cm
Obs.: É o modelo regulamentar de uso mais longo na história do Brasil.







Nomenclatura: Sabre espada Guerra Paraguai
Origem: Alemanha
Comprimento: 94 cm
Obs.: Sabre usado pela cavalaria.








Nomenclatura: Espadim
Origem: Portugal
Ano: Período Colonial
Comprimento: 35 cm
Obs.: Usado pelo Vereador ou Cap. Mor.





Nomenclatura: Espada Guerra do Paraguai
Origem: Alemanha
Ano: 1822/1831
Comprimento: 100 cm
Obs.: Espada do oficial Ten. Cel. M. L. Oliveira


Postado por Douglas Munhoz


Fonte: Pesquisa no Parque Osorio realizada no dia 23/08
Entrevista com Coronel Estigarribia

O grupo 1 da turma 102, ao ler um livro que contava a vida de Marechal Osorio, resolveu procurar quem era o escritor. Descobrimos que ele é um pintor que mora aqui em Porto Alegre, mas está sempre viajando. Entramos em contanto e conseguimos realizar uma entrevista com o chamado Coronel Estigarribia.

1 – Primeiramente, gostaríamos de saber se o senhor é um cavalariano.

Sim, fui para Academia Militar das Agulhas Negras e saí aspirante em 1956. Em minha carreira militar realizei vários cursos de graduação, como Forças Especiais. Na realidade fiz tudo que é curso.

2- Alguma vez na vida, já pintou Osorio ou alguma obra que ele estivesse envolvido, como as guerras que ele participou?

Ahhh sim, sim! Eu sou pintor há 14 anos. Já pintei mais de 200 quadros que estão espalhos pelo mundo - nos Estados Unidos, na Itália. De Osorio já pintei mais ou menos 7 obras.

3- O que o levou a pintá-lo?

Na verdade, eu fui convocado pelo Exército Brasileiro a prestar serviços quando fui para a reserva. Virei PTTC e agora escrevo livros históricos e pinto obras de guerras, do exército, históricas também.

4- Onde se encontram algumas dessas obras?

Além de várias obras estarem espalhadas pelo mundo, algumas pinturas que retratam esse gaúcho estão no Regimento Osorio e no Parque Osorio. Tem uma que está em Quaraí, outra no cassino dos oficiais, mais uma no Regimento que tem comprimento de 12 metros e 80 centímetros, enfim, elas estão em vários lugares.

5-O que despertou no senhor o interesse de escrever um livro sobre Manuel Luis Osório?

Eu não pedi para escrever, me perguntaram se eu faria um livro para o Bicentenário de Osorio. No início, eu não queria porque hoje existem muitos escritores competentes, famosos, mas acabei fazendo. Esse livro não é vendido, apenas distribuído. E o financiamento da obra por grandes empresas ajudou bastante o desenvolvimento do livro. Anteriormente não tinha interesse em escrever, apenas era uma missão.

6-Como o senhor ficou conhecendo tanto da vida desse herói?

Ahh, eu tive que pesquisar bastante. No ínicio não tinha interesse, depois conheci a vida dele e acabei me interessando. Cheguei a ir ao Paraguai, assisti palestras, li todos os livros que tratasse do assunto – o melhor deles foi o que o filho de Osorio escreveu e outro que os seus netos fizeram. Busquei o máximo de informação possível para conhecer mais a história. Todos as outras obras que se relacionam a Osorio, foram criadas a partir do livro do filho e netos de Osorio. Meu livro ficou um pouco diferente porque fui ao Paraguai e lá tive o apoio por parte de um historiador que mostrou os lugares onde o Marechal viveu e passou, inclusive grande parte das imagens que tem no livro foram fotografias que eu mesmo tirei ou obras minhas. Também procurei colocar todos os mapas das guerras, pois geralmente os livros contam a história das guerras, mas nunca mostram o local.

7- Na sua opinião, Osorio foi a pessoa certa para ser escolhido como patrono da arma de cavalaria? Por quê?

Osorio foi um homem com tanta projeção, que até a década de 30 era aclamado como o maior no exército, até mesmo mais do que Caxias. Mas Caxias tinha uma visão melhor do Brasil, conhecia todos os cantos do país, então decidiram que em termos de nação ele seria melhor do que Osorio. A diferença entre eles dois também é que Osorio veio de baixo e Caxias sempre foi reconhecido. E depois que Manoel entrou no exército, como o país estava no meio de muitas guerras com Osorio sempre presente, ele não podia mais entrar na Escola Militar do Exército, diferentemente de Duque de Caxias, que fez parte dessa instituição. Osorio subiu na carreira porque tinha coragem e lutou a vida inteira. Era um gaúcho típico, um homem de “boa estampa” (linguagem da época). Chegou a ser cogitado em ele ser o patrono do Exército, mas quem foi o escolhido foi Duque de Caxias e ele para patrono da cavalaria.

8- Em sua opinião, o reconhecimento feito hoje a Manuel Luis Osório faz jus a sua história de vida? Por quê?

Partidos do nosso próprio país ou de países vizinhos tentam apagar os nossos heróis. As pessoas possuem uma idéia pelo aquilo que todos falam, sem possuir o devido conhecimento. Eu acredito que as pessoas não têm que visualizar a vida dos heróis de forma generalizada e tento pintar como realmente eles eram.

O Fim do nosso querido Marechal

Aos quatro dias de outubro de 1879, extinguia-se a vida desse grande brasileiro. A sua morte provocou intensa comoção popular. Ao fechar os olhos, Osorio iniciava sua derradeira cavalgada para a eternidade. Ingressava no panteão da Pátria, o coração de gerações sucessivas de bons brasileiros que cultuam os grandes vultos da nacionalidade.

Osorio morreu de pneumonia aguda aos 71 anos.

Mas o que é pneumonia?

A pneumonia é uma infecção ou inflamação nos pulmões. Ela pode ser causada por vários microorganismos diferentes, incluindo vírus, bactérias, parasitas e fungos. A metade de todos os casos de pneumonia é causada por bactérias e, destas, o pneumococo é o mais freqüente.
Normalmente, a doença se desenvolve quando, por algum motivo, há uma falha nos mecanismos de defesa do organismo.

A pneumonia pode desenvolver-se por três mecanismos diferentes. A forma mais incomum de contrair a doença é através da circulação sangüínea. Uma infecção por um microorganismo em outro local do corpo se alastra e, através do sangue que circula, chega aos pulmões, onde causa a infecção. Como Osorio já tinha uma inflamação crônica nas pernas, há grande possibilidade dessa ser a causa da doença que o levou a morte.

Canto fúnebre de Otávio Hudson ao nosso querido general:

Ao Herói da Pátria
À memória do General Osorio

Armas em funeral, povo, curvai-vos
Ante o busto do herói,
Foi o maior guerreiro americano
O coração leal mais soberano
Que o tempo não corrói.

Exemplo de bravura nunca vista.
Guerreiro sem igual,
Nos campos de batalha a mais horrente
Foi a alma da luta, alma poente
Que não tinha rival.

Passava laureado pelas balas
De inimigas fileiras;
Mas ao passar bradava radiante:
Nunca minha alma viu-se vacilante
Com armas brasileiras.

E tombou no sepulcro. A sua fronte,
Fonte de tanta luz,
Onde havia constante o pensamento
De ser até ao fúnebre momento
Fiel a sua cruz!

Ninguém, como ele, estremeceu ardente
A brasílica Nação;
E tantos louros conquistou à espada
Que servidão de exemplo e nomeada
Á nova geração.


Fontes:
Osorio, síntese de seu perfil histórico. Biblioteca do Exército Editora. Autor: J.B.Magalhães.
Pneumonia - ABC da saúde.
Revista- Clube Militar- A casa da República- Abril 2008.

Postado por Rafaela Ramalho
Um inimigo diferente

Além de passar fome, se sujar, enfrentar dificuldades e agüentar a saudade da família, nossos soldados e o querido Marechal Osorio ainda tinham que se cuidar dos piolhos.

Esse bichinho estava por todo lugar, nas mantas, nos pelegos, nos arreios e nas fardas; já faziam parte da tropa. Mas esse companheiro indesejado, além de causar muita coceira transmitia sérias doenças.

Uma das doenças transmitidas pelo piolho era a Tifo. É uma doença epidêmica causada pela bactéria Ricketisia Prowazekii. Essa bactéria é um pequeno bacilo cocóde, parasita intracelular que é incapaz de se reproduzir fora das suas células hóspedes.

As bactérias se reproduzem no interior das células endoteliais que revestem os vasos sangüíneos, liberando a descendência para o sangue de forma contínua com inflamação dos vasos (eritemas). Surge então a febre alta seguido do eritema em manchas. Antes de se descobrir que a higiene e a limpeza das roupas reduziam as mortes por tifo, a higiene não era grande preocupação para os oficiais.

A bactéria causadora do tifo infecta os piolhos e permanece viva por muitos dias nas fezes e no cadáver do parasita. Ou seja, mesmo que eles matassem o piolho ele continuaria a transmitir a doença.

Apesar de todas as dificuldades encontradas na sua vida de bravura, Osorio nunca deixou de defender a sua pátria e seus ideais. Mesmo cansado, ferido e doente, estava sempre ao lado de seus soldados.


Fonte: Wikipédia.

Postado por Rafaela Ramalho
O que realmente Osorio tinha nas pernas?

Na invasão pelo passo da Pátria, Osorio passou nove horas a cavalo sob chuva inclemente. Quando, à noite, quis descalçar as botas, não conseguiu. Suas pernas inchadas obrigaram seu bagageiro a cortar o couro molhado que lhe apertava os membros.

Sobreveio-lhe uma inflamação crônica das pernas que lhe impediu daí em diante, de calçar botas. Eis porque Bernardelli representou-o de calças na bela escultura eqüestre que enfeita a Praça Quinze de Novembro.

A inflamação pode ser um edema, um inchasso ou um tumor. O processo de inflamação é quando nosso organismo combate microorganismos estranhos ao nosso corpo (bactérias, fungos ou protozoários).

A inflamação crônica nas pernas de Osorio pode ter sido causada pelas botas de cavalaria as quais passava a maior parte do tempo. As botas, por serem de couro e com o cano longo, ao molhar, o local ferido ( feridas) ficava úmido, isso possibilitava a reprodução dos microorganismos.

As horas que passava em cima do seu cavalo agravavam a sua situação, pois ficava muito tempo com as pernas paradas, o que dificultava a circulação do sangue provocando o inchaço.

Quando um microorganismo estranho entra em contato com o nosso corpo, seja por meio de ferimentos ou doenças transmitidas, nosso mecanismo de defesa corpo em ação. Os responsáveis pela defesa do organismo contra as infecções e inflamações são os glóbulos brancos.

Alguns glóbulos brancos conseguem fagocitar os microorganismos. Uma vez fagocitado, o invasor é destruído em seu interior. Os nossos ferimentos inflamam porque os glóbulos brancos envolvem o microorganismo não deixando que ele se reproduza. A formação do pus nada mais é do que glóbulos brancos que morreram tentando matar o invasor.

Fonte:
Ciências Entendendo a Natureza, AUTORES: César- Sezar- Bedaque.
Revista do Clube Militar - A casa da Republica, Abril de 2008.
Bio, AUTORA: Sônia Lopes. Volume único.

Postado por Rafaela Ramalho
Guerra do Paraguai

O motivo para o começo da guerra foi a intervenção do Brasil na política uruguaia entre agosto de 1864 e fevereiro de 1865. Para atender ao pedido do governador dos blancos de Aguirre, López tentou servir de intermediário entre o Império do Brasil e a República Oriental do Uruguai, mas, como o governo brasileiro não aceitou sua pretensão, deu início às inimizades.Assim começa o maior conflito armado ocorrido na América do Sul, a guerra do Paraguai (1864-1870), que serve como fim das lutas durante quase dois séculos entre Portugal e Espanha e, depois, entre Brasil e as repúblicas hispano-americanas pela hegemonia na região do Prata.

A guerra do Paraguai surgiu de um complexo encadeamento de rivalidades internacionais, de ambições pessoais e das peculiares condições geográficas da região platina. Na época do conflito, o Império do Brasil emergia provavelmente como a nação mais influente e bem organizada da América do Sul, tendo fortalecido sua posição no continente após o período de lutas contra Rosas (na Argentina) e Oribe (no Uruguai). Desde a independência do Paraguai, em 1813, o Brasil passara a manter relações satisfatórias com esse país, mesmo durante o longo período de isolamento que sofrera a nação paraguaia sob os governos de Francia e de Carlos Antonio López.O marechal paraguaio Francisco Solano López sucedeu ao pai no momento em que arrefecera a rivalidade entre a Argentina e o Brasil, os dois pólos de poder do continente. Sua ambição era tornar o Paraguai uma potência platina, capaz de competir com a Argentina e o Brasil pela preeminência na América do Sul. Atribuía o confinamento de seu país, em parte, às maquinações diplomáticas entre o Brasil e os argentinos, que dificultavam ao Paraguai a navegação fluvial e o exercício de um relevante comércio internacional. Em seu avanço para oeste, o Brasil colocaria em risco a nação paraguaia, e a consolidação das províncias argentinas criaria um poderoso rival na fronteira sul do país. López alimentava o plano de uma confederação das populações hispânicas do interior. Reunindo o Paraguai, as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes, o Uruguai e talvez a parte meridional do Rio Grande do Sul, teria condições de fazer frente tanto ao Brasil quanto à Argentina.Com a reviravolta política ocorrida na Argentina, em 1861, após a batalha de Pavón e a instalação posterior dos liberais em Buenos Aires e por toda a Confederação Argentina, López se convenceu da inviabilidade de seu plano da "confederação do interior", que lhe daria o livre acesso ao mar. Descartada essa possibilidade, o ditador paraguaio preparou sua nação para a guerra: já em 1864, o Paraguai, em flagrante contradição com os recursos de que dispunha, surgia como a principal potência militar do Prata.Às vésperas do conflito, o Paraguai dispunha de sessenta mil homens bem treinados e 400 canhões. Os recursos de transporte e abastecimento, porém, não atendiam às exigências de uma movimentação de tropas em campanha. A maioria dos canhões estava fixada na fortaleza de Humaitá, onde também se encontravam grandes efetivos de infantaria. Quanto às forças navais, essenciais para um país cuja única via de comunicação com o exterior era a bacia platina, López só dispunha de 14 pequenas canhoneiras fluviais.O Brasil podia lançar em campo 18.000 homens, dos quais oito mil estavam nas guarnições do sul; contava com uma força naval considerável e bem treinada, com uma esquadra de 42 navios, embora alguns deles, pelo calado, não fossem apropriados à navegação fluvial. A Argentina possuía apenas oito mil homens e não dispunha de uma marinha de guerra quantitativamente apreciável. As forças do Uruguai contavam menos de três mil homens, sem unidades navais.Em 1º de agosto Mitre retornou ao comando e deu ordens para que a esquadra imperial forçasse a passagem em Curupaiti e Humaitá. Em 15 de agosto, duas divisões de cinco encouraçados ultrapassaram, sem perdas, Curupaiti, mas foram obrigadas a deter-se frente aos poderosos canhões da fortaleza de Humaitá. O fato causou novas dissensões no alto comando aliado. Ao contrário de Mitre, os brasileiros consideravam imprudente e inútil prosseguir, enquanto não se concatenassem ataques terrestres para envolver o Quadrilátero, que se iniciaram, finalmente, em 18 de agosto.A partir de Tuiu-Cuê, os aliados rumaram para o norte e tomaram São Solano, Vila do Pilar e Tayi, às margens do rio Paraguai, onde completaram o cerco da fortaleza por terra e cortaram as comunicações fluviais entre Humaitá e Assunção. Em 3 de novembro de 1867 os paraguaios atacaram a posição aliada de Tuiuti (segunda batalha de Tuiuti), mas foram derrotados. Com o afastamento definitivo de Mitre, que retornou à Argentina, Caxias voltou a assumir o comando geral dos aliados. Em 19 de fevereiro a esquadra imperial forçou a passagem de Humaitá que, totalmente cercada, só caiu em 25 de julho de 1868.O principal objetivo da invasão do Mato Grosso era distrair a atenção do Exército brasileiro para o norte do Paraguai, enquanto a guerra se decidia no sul. Em 18 de março de 1865, com a recusa do presidente argentino Bartolomé Mitre a conceder autorização para que tropas paraguaias cruzassem seu território, Solano López declarou guerra à Argentina e lançou-se à ofensiva: capturou duas canhoneiras argentinas fundeadas no porto de Corrientes e invadiu a província em 14 de abril. O fato motivou a formação, em 1º de maio de 1865, da Tríplice Aliança, que reunia o Brasil, a Argentina e o Uruguai (governado por Venancio Flores, chefe dos colorados) e destinava-se a conter os avanços do Paraguai.
Enquanto isso, no Mato Grosso, uma expedição de aproximadamente 2.500 homens, organizada em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, foi enviada para combater os invasores. A coluna percorreu mais de dois mil quilômetros e, com grande número de baixas, causadas por enchentes e doenças, atingiu Coxim em dezembro de 1865, quando a região já havia sido abandonada. O mesmo aconteceu em Miranda, aonde chegaram em setembro de 1866. Essa mesma expedição decidiu em seguida invadir o território paraguaio, onde atingiu Laguna. Perseguida pelos inimigos, a coluna foi obrigada a recuar, ação que ficou conhecida como a retirada da Laguna.

Fontes:
ESQUEMA DA GUERRA:

Conflitos no Prata:
Brasil X Uruguai – 1851 – contra OribeBrasil X Argentina – 1852 – contra RosasBrasil X Uruguai – 1864 – contra AguirreCAUSAS:* Interesses comerciais na região do Prata.* Questões de fronteira entre Brasil e Uruguai.

Guerra do Paraguai:
Brasil + ou – 5 milhões de habitantes – 38 mil soldadosParaguai + ou – 800 mil habitantes – 60 mil soldadosPretensão de Solano Lopez de formar o Paraguai o maior anexado as regiões de Mato Grosso, as províncias de Corrientes e Entre Rios da Argentina, parte do Rio Grande do Sul e Uruguai, assim, teria uma saída para o mar.

CAUSAS:

*Interesse da Inglaterra em arruinar economicamente o Paraguai, destruindo suas indústrias.
* Causa imediata: o aprisionamento do navio Marquês de Olinda que passava pelo rio Uruguai.

COMANDANTES:

Argentina – General Mietre
Uruguai – Venâncio Flores
Brasil – Manoel Luis Osorio

PRINCIPAIS EPISÓDIOS DA GUERRA:

1- Novembro de 1864 – aprisionamento do navio Marquês de Olinda.
2- Dezembro de 1864 – invasão do Paraguai ao Mato Grosso.
3- Março de 1865 – invasão à Argentina (Corrientes e Entre Rios) e ao Rio Grande do Sul.
4- 1 de maio de 1865 – Forma-se a Tríplice Aliança: Brasil + Argentina + Uruguai X Paraguai.
5- junho de 1865 – Batalha Naval do Riachuelo: Barroso vence o Brasil.
6- 1866 – Batalha do Tuiuti – 10 mil mortos. Comando de Osorio.
7- setembro de 1866 – Curupaiti derrota Brasileira – retirada de Laguna.
8- 1867 – Caxias assume o Exército Brasileiro e reorganiza as tropas.
9- Novembro de 1867 – 2ª batalha do Tuiuti.
10- 1868 – Tomada da fortaleza de Humaitá: Caxias
11- Dezembro de 1868 – A Dezembrada Itororó, Avaí, Lomas Valentina e Angostura: vitórias brasileiras (Caxias).
12- Janeiro de 1869 – ocupação paraguaia pelas tropas brasileiras – Caxias é substituído pelo conde D`Eu – Gastão de Orleans (genro do Imperador D. Pedro II.)
13- 1869 – Batalhas de Peribebuí e Campo Grande. Derrota paraguaia.
14- 1 de março 1870 – Cerro Cora – morte de Solano Lopez – 300 homens paraguaios contra 3.000 brasileiros.

CONSEQUENCIAS DA GUERRA:

Paraguai - * Totalmente arrasado, 80 % da população masculina morreram na guerra, sobrando velhos, mulheres e crianças. * Destruição de suas indústrias e comércio, o povo passou a viver da lavoura de subsistência. * Perdeu parte de seu território para a Argentina e uma grande dívida de guerra com o Brasil.
Brasil - * 100 mil combatentes mortos. Foi assegurada livre navegação pelos rios da Prata – Uruguai, Paraguai e Paraná. *A economia brasileira ficou fortemente abalada em dívidas com a Inglaterra que custeou o conflito. * O Exército brasileiro saiu fortalecido e modernizado. * Assumiu posições contrárias a escravidão e favorável a causa Republicana no país.

Esquema feito pela aluna Ana Júlia





Postado por Ana Julia
Militar desde Pequenininho!

Uma trajetória incrível de Manoel Luis Osorio na sua carreira militar.

Praticamente uma obrigação para qualquer pessoa que goste de histórias sobre guerras, batalhas com grandes nomes envolvidos, saber quem foi Osorio. Não simplesmente saber quem foi, mas conhecer o grande homem que aquele simples peão se tornou. Figura real de que os sonhos podem se realizar, sem importar o quanto distante está este desejo.

Sua história começa aos 14 anos, quando entra no Exército, já na guerra da independência do Brasil em 1822. Depois de uma grande entrada, continuou em importantes batalhas. Seguiu com a guerra da Cisplatina e em seguida foi promovido a tenente, na guerra do Passo do Rosário. Lutou durante toda a guerra dos Farrapos, que perdurou por mais ou menos 10 anos. Quando chegou no Exército Imperial, lutou na guerra contra Oribe e Rosas, a conhecida Guerra do Paraguai.

Por volta de 1860, já era visto como militar respeitado e experiente que, por isso, recebeu o comando do 1º corpo do Exército Imperial na guerra da Tríplice Aliança, em 1864. Sua última batalha, na qual sua presença foi muito importante, foi a Batalha de Tuiuti. Depois dessa, teve que se afastar dos campos de batalha por seu estado de saúde ter agravado, regressando aos campos de batalha apenas em 1867, já como comandante do 3º corpo do Exército. Com o fim dos conflitos após a guerra de Humaitá, ainda participou de mais duas batalhas, a de Itororó e Avaí, porém teve um grave ferimento, e teve que sair novamente dos campos de batalha, o impossibilitando de participar na queda de Assunção, em 1869, o que seria sua última passada nos campos de guerra. No dia 26 de setembro de 1879 contrai pneumonia. Era 4 de outubro de 1879, seis e dez da tarde, quando Manoel Luis Osorio falece aos 71 anos.

Ao decorrer de sua vida, se casou com Francisca Fagundes, com quem teve 4 filhos, foi agraciado comos títulos de barão do Herval em 1 de maio de 1866, visconde do Herval 11 de abril de 1868 e de marquês do Herval 29 de dezembro de 1869. Foi nomeado senador pela província do Rio Grande do Sul e ministro da Guerra. Em 1877, tornou-se marechal-de-exército.
Contudo podemos ver até hoje homenagens que deixaram para Osorio. Sua passagem no Exército foi tão importante paro o Brasil que na cidade do Rio de Janeiro há uma escola federal, Fundação Osorio, a criação de um parque em torno da casa onde nasceu, Parque histórico Marechal Manoel Luis Osorio, um monumento equestre esguido no centro de Porto Alegre, além de seu nome está escrito no livro de aço em Brasília.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Lu%C3%ADs_Os%C3%B3rio

Postado por Hanna

domingo, 3 de agosto de 2008

A homenagem a um dos maiores estrategistas do nosso Exército:

O monumento erguido em homenagem ao Marechal Osorio na praça XV foi possível depois de uma campanha de coleta de fundos que durou 14 anos.

A estátua erguida surpreendeu a multidão que estava no local no dia 12 de novembro de 1894.

Para os dias de hoje é um detalhe pequeno, mas naquela época foi um escândalo.

O que causara tanto espanto no público foram os sapatos do Marechal Osorio. A estátua representava o Marechal de sapatos e não com botas de montaria. Apenas a espora o identifica como cavaleiro.

Em outras estátuas isso não acontece. Dom João VI, em frente à estação das barcas, usa botas; Dom Pedro I, na Praça Tiradentes, usa botas. Como podia um marechal, um herói de guerra, montar de sapatos?

O escultor teve que se explicar à filha de Osorio que no projeto original ele estava de botas. Mas ela rejeitou. Disse que o pai não usava botas. Ele sofrera um ferimento na perna, que infeccionara, e ele só usava calçados em recepções oficiais.

Contam que ele lutara toda a Guerra do Paraguai descalço. Mas como retratar um herói de guerra descalço?

Não ficaria bem.

Mas o escultor Rodolfo Bernardelli, nascido no México, usou a liberdade de criação do artista. E assim o Marechal Osorio foi homenageado com uma estátua única.

Fonte: fotolog.terra.com.br

Postado por Rafaela Ramalho
OSORIO, poeta.

Revelou-se poeta, utilizando a forma lírica, popular e simples de trova, então muito difundida. Algumas de suas produções ficaram guardadas em seus arquivos. Outras, improvisadas, foram recolhidas por contemporâneos seus. Eis algumas das muitas que seu coração apaixonado dedicou à sua adorada Ana, Lília na sua poesia.
MOTE
Entre as sombras do futuro
Já sinto a dor de perder-te

GLOSA
É por entre o fado escuro
Que a minha paixão se lança...
E vou perdendo a esperança
Entre as sombras do futuro.
Constância, ó Lília, eu te juro:
Mas fora melhor não ver-te,
Quisera não conhecer-te,
Por ti não sentir paixão,
Porque no meu coração
Já sinto a dor de perder-te!


QUADRINHAS
Só vivo quando te vejo,
Dia e noite penso em ti,
Se nasceste para amar-me,
Eu para te amar nasci.


Ausentes dos teus encantos,
Sem teus lindos olhos ver
Tudo me causa desgosto
Nada me causa prazer.


O tempo curar não pode
A chagas que amor abriu;
Separar só pode a morte
Corações que amor uniu.


Pavorosas, negras sombras
Escondem o meu penar;
Em silenciosa dor me oprime,
Meu alívio é suspirar.


Os prazeres mais puros da vida,
Que gozamos com ânsia e fervor,
Degeneram no mal que mais tarde
Nos arroja no abismo da dor.


MOTE
Acordei... Raiava a aurora
Dei mil suspiros por ti.


Despedidas do jovem Tenente Osorio de sua amada Ana, ao ser designado para um destacamento na fronteira na região da campanha:

Contra a vontade te deixo
Porque o fado quer assim,
Vou suportar no desterro
Delírio ardente sem fim!

O lamento ao ficar sabendo dos preparativos para as núpcias de sua amada Ana:

Que vale o meu amor ser delirante
Entre a chama fatal que me devora
Não me conto ditoso uma só hora
O prêmio não te dão de ser constante.

Ao chegar tarde demais para fugir com sua amada. Quando chegou a Rio Pardo ficou sabendo que o casamento já havia sido consumado e registra a sua mágoa:

Já soa o clarim de marte!
Vou deixar-te, minha amada!
Suspirando corro às armas.
Adeus, mulher adorada.

Baixando à campa,
Frio jazigo,
A tua imagem
Irá comigo.

Deixou muitas outras provas de sua veia poética:

Meu destino é imutável
Minha desgraça é constante,
Eu choro todos os dias,
Eu suspiro cada instante.

Acerba dor atormenta
Meu coração delirante,
Já pelo termo da vida
Eu suspiro a cada instante.

Esses risonhos prazeres
De outr’ora feliz amante
De todo me abandonaram
Eu suspiro a cada instante.
Postado por Ana Júlia
Fonte:
Livro: Caderno de História - Memorial do Rio Grande do Sul - Manoel Luís Osorio