sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Guerra do Paraguai

O motivo para o começo da guerra foi a intervenção do Brasil na política uruguaia entre agosto de 1864 e fevereiro de 1865. Para atender ao pedido do governador dos blancos de Aguirre, López tentou servir de intermediário entre o Império do Brasil e a República Oriental do Uruguai, mas, como o governo brasileiro não aceitou sua pretensão, deu início às inimizades.Assim começa o maior conflito armado ocorrido na América do Sul, a guerra do Paraguai (1864-1870), que serve como fim das lutas durante quase dois séculos entre Portugal e Espanha e, depois, entre Brasil e as repúblicas hispano-americanas pela hegemonia na região do Prata.

A guerra do Paraguai surgiu de um complexo encadeamento de rivalidades internacionais, de ambições pessoais e das peculiares condições geográficas da região platina. Na época do conflito, o Império do Brasil emergia provavelmente como a nação mais influente e bem organizada da América do Sul, tendo fortalecido sua posição no continente após o período de lutas contra Rosas (na Argentina) e Oribe (no Uruguai). Desde a independência do Paraguai, em 1813, o Brasil passara a manter relações satisfatórias com esse país, mesmo durante o longo período de isolamento que sofrera a nação paraguaia sob os governos de Francia e de Carlos Antonio López.O marechal paraguaio Francisco Solano López sucedeu ao pai no momento em que arrefecera a rivalidade entre a Argentina e o Brasil, os dois pólos de poder do continente. Sua ambição era tornar o Paraguai uma potência platina, capaz de competir com a Argentina e o Brasil pela preeminência na América do Sul. Atribuía o confinamento de seu país, em parte, às maquinações diplomáticas entre o Brasil e os argentinos, que dificultavam ao Paraguai a navegação fluvial e o exercício de um relevante comércio internacional. Em seu avanço para oeste, o Brasil colocaria em risco a nação paraguaia, e a consolidação das províncias argentinas criaria um poderoso rival na fronteira sul do país. López alimentava o plano de uma confederação das populações hispânicas do interior. Reunindo o Paraguai, as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes, o Uruguai e talvez a parte meridional do Rio Grande do Sul, teria condições de fazer frente tanto ao Brasil quanto à Argentina.Com a reviravolta política ocorrida na Argentina, em 1861, após a batalha de Pavón e a instalação posterior dos liberais em Buenos Aires e por toda a Confederação Argentina, López se convenceu da inviabilidade de seu plano da "confederação do interior", que lhe daria o livre acesso ao mar. Descartada essa possibilidade, o ditador paraguaio preparou sua nação para a guerra: já em 1864, o Paraguai, em flagrante contradição com os recursos de que dispunha, surgia como a principal potência militar do Prata.Às vésperas do conflito, o Paraguai dispunha de sessenta mil homens bem treinados e 400 canhões. Os recursos de transporte e abastecimento, porém, não atendiam às exigências de uma movimentação de tropas em campanha. A maioria dos canhões estava fixada na fortaleza de Humaitá, onde também se encontravam grandes efetivos de infantaria. Quanto às forças navais, essenciais para um país cuja única via de comunicação com o exterior era a bacia platina, López só dispunha de 14 pequenas canhoneiras fluviais.O Brasil podia lançar em campo 18.000 homens, dos quais oito mil estavam nas guarnições do sul; contava com uma força naval considerável e bem treinada, com uma esquadra de 42 navios, embora alguns deles, pelo calado, não fossem apropriados à navegação fluvial. A Argentina possuía apenas oito mil homens e não dispunha de uma marinha de guerra quantitativamente apreciável. As forças do Uruguai contavam menos de três mil homens, sem unidades navais.Em 1º de agosto Mitre retornou ao comando e deu ordens para que a esquadra imperial forçasse a passagem em Curupaiti e Humaitá. Em 15 de agosto, duas divisões de cinco encouraçados ultrapassaram, sem perdas, Curupaiti, mas foram obrigadas a deter-se frente aos poderosos canhões da fortaleza de Humaitá. O fato causou novas dissensões no alto comando aliado. Ao contrário de Mitre, os brasileiros consideravam imprudente e inútil prosseguir, enquanto não se concatenassem ataques terrestres para envolver o Quadrilátero, que se iniciaram, finalmente, em 18 de agosto.A partir de Tuiu-Cuê, os aliados rumaram para o norte e tomaram São Solano, Vila do Pilar e Tayi, às margens do rio Paraguai, onde completaram o cerco da fortaleza por terra e cortaram as comunicações fluviais entre Humaitá e Assunção. Em 3 de novembro de 1867 os paraguaios atacaram a posição aliada de Tuiuti (segunda batalha de Tuiuti), mas foram derrotados. Com o afastamento definitivo de Mitre, que retornou à Argentina, Caxias voltou a assumir o comando geral dos aliados. Em 19 de fevereiro a esquadra imperial forçou a passagem de Humaitá que, totalmente cercada, só caiu em 25 de julho de 1868.O principal objetivo da invasão do Mato Grosso era distrair a atenção do Exército brasileiro para o norte do Paraguai, enquanto a guerra se decidia no sul. Em 18 de março de 1865, com a recusa do presidente argentino Bartolomé Mitre a conceder autorização para que tropas paraguaias cruzassem seu território, Solano López declarou guerra à Argentina e lançou-se à ofensiva: capturou duas canhoneiras argentinas fundeadas no porto de Corrientes e invadiu a província em 14 de abril. O fato motivou a formação, em 1º de maio de 1865, da Tríplice Aliança, que reunia o Brasil, a Argentina e o Uruguai (governado por Venancio Flores, chefe dos colorados) e destinava-se a conter os avanços do Paraguai.
Enquanto isso, no Mato Grosso, uma expedição de aproximadamente 2.500 homens, organizada em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, foi enviada para combater os invasores. A coluna percorreu mais de dois mil quilômetros e, com grande número de baixas, causadas por enchentes e doenças, atingiu Coxim em dezembro de 1865, quando a região já havia sido abandonada. O mesmo aconteceu em Miranda, aonde chegaram em setembro de 1866. Essa mesma expedição decidiu em seguida invadir o território paraguaio, onde atingiu Laguna. Perseguida pelos inimigos, a coluna foi obrigada a recuar, ação que ficou conhecida como a retirada da Laguna.

Fontes:
ESQUEMA DA GUERRA:

Conflitos no Prata:
Brasil X Uruguai – 1851 – contra OribeBrasil X Argentina – 1852 – contra RosasBrasil X Uruguai – 1864 – contra AguirreCAUSAS:* Interesses comerciais na região do Prata.* Questões de fronteira entre Brasil e Uruguai.

Guerra do Paraguai:
Brasil + ou – 5 milhões de habitantes – 38 mil soldadosParaguai + ou – 800 mil habitantes – 60 mil soldadosPretensão de Solano Lopez de formar o Paraguai o maior anexado as regiões de Mato Grosso, as províncias de Corrientes e Entre Rios da Argentina, parte do Rio Grande do Sul e Uruguai, assim, teria uma saída para o mar.

CAUSAS:

*Interesse da Inglaterra em arruinar economicamente o Paraguai, destruindo suas indústrias.
* Causa imediata: o aprisionamento do navio Marquês de Olinda que passava pelo rio Uruguai.

COMANDANTES:

Argentina – General Mietre
Uruguai – Venâncio Flores
Brasil – Manoel Luis Osorio

PRINCIPAIS EPISÓDIOS DA GUERRA:

1- Novembro de 1864 – aprisionamento do navio Marquês de Olinda.
2- Dezembro de 1864 – invasão do Paraguai ao Mato Grosso.
3- Março de 1865 – invasão à Argentina (Corrientes e Entre Rios) e ao Rio Grande do Sul.
4- 1 de maio de 1865 – Forma-se a Tríplice Aliança: Brasil + Argentina + Uruguai X Paraguai.
5- junho de 1865 – Batalha Naval do Riachuelo: Barroso vence o Brasil.
6- 1866 – Batalha do Tuiuti – 10 mil mortos. Comando de Osorio.
7- setembro de 1866 – Curupaiti derrota Brasileira – retirada de Laguna.
8- 1867 – Caxias assume o Exército Brasileiro e reorganiza as tropas.
9- Novembro de 1867 – 2ª batalha do Tuiuti.
10- 1868 – Tomada da fortaleza de Humaitá: Caxias
11- Dezembro de 1868 – A Dezembrada Itororó, Avaí, Lomas Valentina e Angostura: vitórias brasileiras (Caxias).
12- Janeiro de 1869 – ocupação paraguaia pelas tropas brasileiras – Caxias é substituído pelo conde D`Eu – Gastão de Orleans (genro do Imperador D. Pedro II.)
13- 1869 – Batalhas de Peribebuí e Campo Grande. Derrota paraguaia.
14- 1 de março 1870 – Cerro Cora – morte de Solano Lopez – 300 homens paraguaios contra 3.000 brasileiros.

CONSEQUENCIAS DA GUERRA:

Paraguai - * Totalmente arrasado, 80 % da população masculina morreram na guerra, sobrando velhos, mulheres e crianças. * Destruição de suas indústrias e comércio, o povo passou a viver da lavoura de subsistência. * Perdeu parte de seu território para a Argentina e uma grande dívida de guerra com o Brasil.
Brasil - * 100 mil combatentes mortos. Foi assegurada livre navegação pelos rios da Prata – Uruguai, Paraguai e Paraná. *A economia brasileira ficou fortemente abalada em dívidas com a Inglaterra que custeou o conflito. * O Exército brasileiro saiu fortalecido e modernizado. * Assumiu posições contrárias a escravidão e favorável a causa Republicana no país.

Esquema feito pela aluna Ana Júlia





Postado por Ana Julia

5 comentários:

Suzana Gutierrez disse...

Ficou muito interessante este esquema. Com simplicidade dá idéia dos principais fatos das guerras.

abraço!

Suzana Gutierrez disse...

na parte sobre a Guerra do Paraguai que ficou junto nesta postagem, tem textos copiados sem referência ao autor. Ver o meu comentário em
http://marechalosorio.blogspot.com/2008/08/militar-desde-pequenininho-uma.html

Unknown disse...

Por motivos politicos deram o Comando desta Guerra Bartolomeu Mitre

Giovan disse...

Boa noite, observando os mapas acima, nos é apresentado que o atual oeste paranaense seria territória paraguaio antes da grande guerra, qual foi a fonte histórica para a confecção dos mapas?
Grato

Pau no cu disse...

PORRA PODIA SER MAIS RESUMIDO