Guerra em Números
-Teatro de operações:
A Batalha do Riachuelo:
No dia 1ª de maio de 1865 é assinado o tratado da tríplice aliança onde Brasil, Argentina e Uruguai se uniriam para por fim a invasão do Paraguai e juntos assumirem uma divida de cerca de 30 milhões de Libras aos bancos Ingleses que financiaram a guerra. Logo depois do inicio da aliança, há exatamente um mês e 10 dias a esquadra brasileira que se localizava no encontro dos rios Paraguai e Paraná, formada por um fragata, quatro corvetas, quatro canhoneiras, com 2287 homens e 59 canhões avistou ao horizonte em formação de batalha, duas corvetas, sete vapores, seis chatas paraguaias com 2800 homens e 44 canhões que se aproximaram a 12 milhas por hora (a favor da correnteza), dando inicio a maior batalha naval do continente americano, que durou cerca de longas 10 horas resultando na aniquilação da fraca frota Paraguaia e mudando os rumos da guerra.
A Batalha do Tuiuti:
O primeiro movimento da maior batalha e mais sangrenta do continente, aconteceu pouco depois do meio dia de 24 de maio de 1866, onde de um lado 24 mil soldados Paraguaios que marchavam em uma formação de quatro colunas, três na frente somando no total 18 mil homens e atrás junto com Solano Lopez cerca de seis mil homens. Enquanto no lado Aliado 21 mil Brasileiros, 10 mil Argentinos e 1,2 mil Uruguaios organizados em duas colunas principais formando as unidades Brasileiras comandada por Marechal Osório (aproximadamente 16 mil soldados) e a unidade Argentina (aproximadamente 15 mil soldados) formados por brasileiros e argentinos comandados por Bartolomé Mitre, além de dois pequenos batalhões de ajuda composto pelo 1ª e 2ª batalhões de voluntários Uruguaios e o 41ª batalhão de voluntários Brasileiros que somavam dois mil soldados, mal posicionados a esquerda da formação, o que resultou na morte de metade desse batalhão. Ao longo de duas horas Aliados e Paraguaios se combateram de forma brutal, Osório comandou ferozmente sua unidade, sendo a primeira a quebrar a formação Paraguaia, porém, não contava com um ataque pela retaguarda que o fez perder tempo, como relata parte de texto escrito pelo próprio Osório após a batalha: “ Novas colunas de cor avermelhada e armas cintilantes surgiam umas após as outras; eram guerreiros acobreados, espadaúdos, montados em pequenos cavalos, com os estribos de rodela entre dois dedos dos pés e chiripas de lã vermelhas; com boleadeiras nos tentos, empunhando lanças enormes, ou brandindo espadas curvas e afiadas, avançando a galope, em alarido infernal, sobre os nossos batalhões, já meios desorientados, pelas cargas repetidas que davam, pelas linhas de atiradores que saíam, pelas fileiras, pelas fileiras que rareavam, pelos oficiais que morriam, pelos chefes que tombavam (na passagem anterior ele faz relato a sua própria pessoa), parecia uma tempestade. (...) Cornetas tocavam á carga; lanças se enristavam; a artilharia rugia; cruzavam-se as baionetas; rasgavam-se os corpos sadios dos heróis; espadas brandidas abriam crânios, cortavam braços e decepavam cabeças”. Sucumbiram pelos dois lados durante mais 30 minutos até conseguir orientar seus soldados e partir para a ofensiva, mas, Solano Lopez percebendo que sua estratégia tinha falhado ordena a retirada de dois de seus três batalhões que restavam, deixando apenas o batalhão que já tinha aberto a formação Argentina ao qual Osório se viu obrigado a recuar e ajudar. Às quatro e meia da tarde o exercito Paraguaio deixava para trás seis mil mortos e sete mil feridos enquanto os aliados totalizaram três mil mortos e quatro mil feridos, era o fim da guerra que se aproximava.
A Batalha do Curupati:
Buscando uma vitória rápida, Bartolomé ordenou um ataque direto onde a frota Brasileira bombardearia por duas horas a fortaleza de Curupati, porém, o mau preparo das forças Brasileiras acabaram resultando na falha do bombardeiro que errou seu alvo cerca de 20 km. Bartolomé sem saber do desastre do bombardeio ordenou que 10 mil Brasileiros e Argentinos atacassem diretamente, resultando na morte de quatro mil soldados dos Aliados e dois mil feridos enquanto os Paraguaios tiveram perdas insignificantes.
A Dezembrada:
A Dezembrada constitui uma serie de vitórias após Duque de Caxias assumir o controle dos exércitos da Tríplice Aliança que tiveram as batalhas realizadas no mês de dezembro de 1868 onde os aliados venceram as batalhas do Avai (com participação de Osório), tomaram lomas valentinas, Augustura onde o saldo de mortos para os paraguaios chegaram a 20 mil em apenas um mês enquanto no lado dos aliados apenas 11 mil baixas. Ao final de dezembro e do ano de 1868, as tropas Aliadas entraram em assunção e iniciaram uma busca pessoal à Solano Lopez que fugiu de sua capital e se escondeu em Cerro Cora na divisa com o Brasil, onde foi morto junto com seus 300 últimos soldados do poderoso exercito Paraguaio.
Conseqüências:
O que ocorreu no Paraguai se compara a um genocídio já que ¾ de sua população foi exterminada restando apenas mulheres e velhos que são considerados improdutivos, e formaram uma despreparada força de trabalho de 15 mil velhos, mulheres e crianças entre 5 e 10 anos já que no fim da guerra Solano recrutou secretamente milhares de crianças acima de dez anos inclusive seu filho que na época tinha 15 anos e que morreu junto com o pai com o posto de coronel. O Paraguai estava destruído, sem 140 km quadrados de seu território e com sua população reduzida a 100 mil. Já o Brasil que perdeu 150 mil soldados e contraiu uma enorme divida com os bancos ingleses que chegou a 45 milhões de libras, a argentina perdeu 35 mil soldados e contraiu uma divida de 18 milhões de libras e o Uruguai perdeu 7 mil soldados e contraiu divida de 2 milhões de libras.
A Guerra em números:
Soldados envolvidos:
Paraguai: 300 mil
Brasil: 450 mil
Argentina: 60 mil
Uruguai: 10 mil
( fonte: Biblioteca da academia brasileira de letra)
Porcentagem da população morta, numero total da população e numero de soldados mortos:
População antes da guerra:
Paraguai: 400 mil
Brasil: 9,1 milhões
Argentina: 1,8 milhões
Uruguai: 250 mil
(fonte Ibge)
Porcentagem da população morta na guerra:
Paraguai: 75%
Brasil: 1,7%
Argentina:2%
Uruguai: 2,8%
Divida exterior:
Brasil: 45 milhões
Argentina: 18 milhões
Uruguai: 2 milhões
Fontes: Biblioteca da academia brasileira de letra; Ibge
Postado por Samersla